- 19 de dezembro de 2017
- Publicado por: Adilson Góis Cruz
- Categoria: Português no dia a dia
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Há três contextos em que se usa a vírgula antes da conjunção e:
1. quando as orações apresentarem sujeitos diferentes:
- A advogada redigiu o contrato, e o reclamante o assinou.
- Depois de muita resistência, o atleta concordou com o diagnóstico do médico, e a comissão técnica se pôs a pensar em um substituto à altura.
- No exercício [físico], a nossa respiração fica mais acelerada, e o coração também bate mais rápido. (vivabem.uol.com.br)
- Os vegetais congelados são, geralmente, melhores fontes de vitaminas porque [eles] são resfriados logo após a colheita, e as vitaminas são preservadas.
2. quando a conjunção “e” assumir valores distintos que não retratarem sentido de adição (adversidade, consequência, por exemplo):
- Você diz que é a favor das propostas, e (mas, porém, no entanto…) não nos explica por quê.
- O cliente estava muito nervoso, e (por isso, portanto…) não conseguia prestar atenção aos questionamentos do atendente
- Se você começa a atualizar as suas planilhas de controle financeiro, e (mas, porém, entretanto…) a tarefa consome mais de 60 minutos do seu dia, eis um forte indicativo de que a ferramenta que você está utilizando não é a ideal para a tarefa desempenhada. (blog.contaazul.com)
- A situação financeira do clube estava ruim, e (por isso, portanto…) muitos atletas foram dispensados.
3. quando a conjunção “e” vier repetida para dar ênfase (polissíndeto) ― uso mais comum no texto literário:
Falta-lhe o solo aos pés: recua e corre, vacila e grita,
luta e ensanguenta, e rola, e tomba, e se espedaça, e morre.” (Olavo Bilac)
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios…
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios… (José Régio)
É isso!
Professor Adílson Góis da Cruz